9 de julho de 2007

Petrônio Gontijo curte paternidade com personagem de 'Luz do Sol'

Petrônio Gontijo se lembra da primeira vez que pisou num palco. Ainda em Varginha, sua cidade natal, ele tinha apenas dois anos de idade quando viveu o Menino Jesus numa montagem amadora. "Achei fantástica a possibilidade de viver as histórias por dentro, participar dos acontecimentos", recorda. Trinta e seis anos depois, o ator revive as emoções da infância ao interpretar um pai exemplar em Luz do Sol, na Record.

(clique na foto para ampliá-la)

Como o dedicado e atrapalhado Tom, pai de Georgi, vivida por Raquel Fabbri, o personagem é marcado pelo drama de perder a mulher Georgiana, de Suzana Werner, no parto da filha. A partir daí, Tom intercala o terno de advogado pé-rapado no início de carreira com um avental e acumula as funções de pai e mãe o que, segundo o ator, aguçou seu lado paternal. "O sentimento está aflorado demais. Não posso passar na seção de brinquedos das lojas que digo que penso em ter um filho, apesar de ainda não ser o momento", derrete-se.

Para o ator, o fato de Tom cuidar com esmero da filha durante tantos anos, fez com que ele rejeitasse a idéia de se envolver com outras mulheres na história de Ana Maria Moretzsohn. Até conhecer a deslumbrada "patricinha" Verônica, de Paloma Duarte. A personagem, que é o oposto da ex-mulher de Tom, acaba despertando o interesse do homem desleixado, que abandonou os cuidados com o visual desde a morte da ex-mulher.

Justamente o fato de Tom não admitir sua paixão por Verônica é o que mais diverte Petrônio no personagem que começa a enveredar para a comédia. "É genial colocar uma lente de aumento no amor e ver como muitas vezes ele nos leva a situações ridículas, como não admitir que está apaixonado", avalia.

Mas o que realmente chamou a atenção de Petrônio no papel foi a possibilidade de viver um mocinho após interpretar tantos vilões na tevê. Principalmente tentar fugir de todos os esterótipos do típico mocinho nessa composição. "Não o compus como o certinho. Quero mostrar que ser bom-caráter é possível diante dos exemplos negativos que temos. Mostrar a boa índole sem ser didático me inflama", anima-se o ator, que estreou na tevê como o mocinho Duda de Salomé, na Globo, há 16 anos. "Foi lá que ganhei meu primeiro salário, onde realmente apostaram em mim", lembra.

Ainda na Globo, Petrônio atuou em Olho no Olho, Pátria Minha e Malhação, até ir para São Paulo investir em sua carreira no Teatro. Paralelamente, atuou em tramas no SBT, como Os Ossos do Barão. Na Band, com Serras Azuis, e em Vidas Cruzadas, na Record, entre outras. "Trabalhar em quase todas as emissoras me deu samba no pé como ator. Mas ter atuado em emissoras em São Paulo me permitiu fazer grandes peças, que era meu objetivo", explica Petrônio, que também se formou em Artes Cênicas na Unicamp.

O ator orgulha-se de ter atuado no Teatro com autores e diretores do porte de Fauzi Arap, José Possi Neto e Juca de Oliveira, entre outros. Atualmente, Petrônio está em cartaz no Rio com Maria Fernanda Cândido na peça Pequenos Crimes Conjugais, de Eric Emmanuel Schmitt.

"Toda essa escola do Teatro me fez melhorar na tevê. Me fez saber ouvir o que diz o ator que contracena comigo e saber a emoção exata do que vou falar. Ainda sou um romântico que não acredita num trabalho solitário", analisa.

(clique na foto para ampliá-la)

Inspiração musical
Petrônio Gontijo assume que sua paixão por música influencia diretamente sua carreira de ator. Afinal, a cada composição de um novo personagem, o ator seleciona uma vasta trilha sonora que reúne e personifica todas as emoções dos seus papéis.

Dessa forma, Petrônio garante ter encontrado uma forma diferenciada de moldar seus personagens e compô-los de uma forma mais orgânica, segundo o ator. "A música é uma emoção solta. Sempre curti esse meu lado musical, principalmente depois que passei a procurar músicas antigas, pesquisar na Internet e vasculhar CDs para os personagens", explica.

Durante o tempo em que começou a estudar para compor Tom - que já tem um nome musical por natureza -, Petrônio gravou CDs para o personagem com canções como Help, dos Beatles, Gostava Tanto de Você, de Édson Trindade e Tim Maia, e músicas das bandas inglesas Blur e Bee Gees. "Gravo CDs para os personagens e fico escutando. Isso me ajuda a encontrá-los e a entrar no clima de cada um quando preciso de concentração", ensina.

Instantâneas
# O personagem preferido de Petrônio na tevê foi o Zé, de "Vidas Cruzadas", na Record. "Ele era um moleque e eu era um inconseqüente virando homem. Ele foi meu espelho para eu me transformar e crescer", recorda o ator.
# Petrônio tem contrato com a Record até 2010.
# Antes de atuar em Luz do Sol, Petrônio estava escalado para entrar na segunda fase de Cidadão Brasileiro. Como o personagem foi adiado na trama de Lauro César Muniz, Ivan Zettel, diretor geral da novela, falou para Petrônio que seria melhor ele não entrar na trama e esperar pelo seu personagem em Luz do Sol.
# No cinema, Petrônio protagonizou o longa Memórias Póstumas de Brás Cubas, dirigido por André Klotel e baseado no célebre livro homônimo de Machado de Assis.

Fonte Terra:
http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI1678357-EI1118,00.html

1 comentários:

Anônimo disse...

Que D+ !!

ADORO !!