17 de dezembro de 2007

Túnel do Tempo: entrevista sobre "Seus Olhos"

No último post, lembramos da peça "K2", protagonizada pelos amigos Petrônio Gontijo e Gabriel Braga Nunes.

Agora, selecionamos uma entrevista que Petrônio deu em 2004, na época que o ator interpretou o primeiro vilão de sua carreira.

Esperamos que gostem:

Mergulho na insensatez
Petrônio Gontijo, o Vítor de "Seus Olhos" vive na novela o primeiro vilão de sua carreira

Receio: Compor um personagem extremamente dramático durante as três fases da trama chegou a assustar o ator

Petrônio Gontijo ficou apavorado quando recebeu a sinopse de Vítor, o megavilão de "Seus Olhos", no SBT. Afinal, além da mente doentia do psicopata, o ator de 35 anos se deparou com seu primeiro vilão na carreira. Está certo que há exatos 10 anos o ator já havia interpretado o desequilibrado Murilo em "Pátria Minha", na Globo, que tinha uma vilania disfarçada pela comédia. Mas compor um personagem extremamente dramático durante as três fases da trama adaptada por Ecila Pedroso chegou a assustar o ator. Tanto que Petrônio foi buscar ajuda na terapia. Procurou sua amiga e psicóloga Helena Martins para que ela o auxiliasse a decifrar a mente insana do personagem. "Eu sempre fiz o mocinho. Não sabia que seria tão difícil lidar com uma mente desequilibrada, de alguém que mata por obsessão. Tenho de tomar muito banho de sal grosso", entrega o mineiro.
Mas além de matar Marina, personagem da protagonista vivida por Carla Regina, Vítor passa a perseguir a filha da personagem, interpretada pela mesma atriz na terceira fase da trama. "Ele transfere essa paixão egoísta e até narcisista. Acho que a trilha sonora do Vítor deveria ser ’Fixação’, do Kid Abelha", diverte-se o ator, que tem gravado uma média de 20 cenas por dia, de segunda a sábado.

Há 13 anos você atua em novelas e só agora faz seu primeiro vilão. Você acha que demorou para se livrar dos mocinhos?

Petrônio Gontijo - Ao contrário da maioria dos atores, nunca pensei muito em fazer vilões. Tenho sorte porque curti muito tudo que fiz e até levei um susto quando o Vítor chegou. O interessante é trabalhar as multiplicidades do ser humano de uma forma verossímil. A dificuldade do início já se diluiu porque tenho tido muito apoio da direção. Estou bem à vontade para experimentar.

Sua composição foi mais centrada na vilania ou o fato dele ser advogado proporcionou outros caminhos?

Petrônio Gontijo - Me inspirei muito no filme "O Advogado do Diabo", de Taylor Hackford, e no personagem Raskolnikof, do livro "Crime e Castigo", do Dostoiévski. Esta semana, gravei minha primeira cena de tribunal e percebi que o Vítor não é um bom advogado, porque seu maior interesse é ficar milionário e não se aprofundar na carreira para ser brilhante. Tanto que, na segunda fase, ele perde muitos clientes. É engraçado porque minha família é de advogados. Na adolescência em Varginha, morava em frente a uma Faculdade de Direito e na época do vestibular, olhava aquilo todo dia e dizia: "Não, não, não!". Graças a Deus consegui fazer Artes Cênicas na Unicamp.

E foi na universidade que você foi descoberto pelo diretor Luiz Fernando Carvalho. Como isso aconteceu?

Petrônio Gontijo - Na verdade, estreei no palco com dois anos. Fui o menino Jesus numa peça de escola da minha irmã Alessandra. Me lembro bem desse dia, da hora em que deitei na manjedoura. Já na faculdade, o Luiz Fernando foi lá selecionar alguém para um especial de fim de ano do Chitãozinho e Xororó, na Globo. Fui o escolhido e saí do meu mundo de Shakespeare para cair no mundão das novelas.

Você estreou em novela como protagonista, interpretando o Duda de "Salomé", na Globo, em 1991. Que análise você faz da sua carreira na tevê desde essa época?

Petrônio Gontijo - Eu recebi meu primeiro salário na Globo com um personagem que teve uma repercussão grande. Eles foram os primeiros que apostaram em mim e aprendi tudo lá. Tenho saudades daquela época. Mas as novelas do SBT têm sido muito vistas e me orgulho de fazer parte desse núcleo. Também fiz papéis importantes na Band, com "Serras Azuis", e na Record, com "Vidas Cruzadas", onde fiz o Zé Carlos, um gerente de hotel que virava radialista. Ele era livre e solto, um apaixonado, "non-sense". Refletia a fase boa de descobertas que eu estava vivendo. Pode parecer lugar-comum, mas sempre dei sorte com os meus personagens. Foram todos bons. Isso afirma minha paixão pela tevê.



fonte: Diário do Vale
data: 19.06.2004

(foto enviada pelo Petrônio. Vlw!!)


5 comentários:

Anônimo disse...

Primeira? Obaaa \o/

Espetacular essa entrevista!!! É sempre bom ler e saber mais um pouquinho do nosso querido. Imagino como foi dificil esse personagem, mas como excelente profissional, ele se desempenhou muito bem. Pena eu nao ter visto a novela =(
O blog está cada dia mais lindo, sempre passo por aqui, desculpe se eu não comento todos os dias, mas não deixo de passar !!

Um beijo, meninas!!!

Anônimo disse...

Ando sumida daqui hein? =/
Inicio de ferias me deixa meio tonta.
rsrs

Mas.. Também não assisti a novela, infelizmente.
Lindissima entrevista, adorei!

Ver o Petronio como vilão deve ter um gostinho especial.
Deve ser bem interessante...

Liiiindo de morrer!
aushuahsiuahsh

Beeeijos.

Unknown disse...

Tbmm nãão assisti a novela =(

O Petrõnio deve ter tirado de letra sendo o ator que é.

Beiijo Ana

Anônimo disse...

Isso foi em 2004????
Meu Deus ele num envelhece,parece q o tempo não passa para ele...
Sempre muito bunito!!!
Eu num imagino ele de vilão...num mesmo!!!

Um bjo pro pessoal do blog e pra todo mundo!!!
Feliz Natal!!!

Unknown disse...

eu assisti essa novela
eu ainda me lmbro do final da novela, e do que aconteceu com o Vitor.