Rio- Os casais na platéia da peça ‘Pequenos Crimes Conjugais’, em cartaz no Teatro Maison de France, não esperam o espetáculo terminar para comentar as situaçõesvividas por Petrônio Gontijo e Maria Fernanda Cândido no palco. Um acidente sofrido pelo personagem dele é o estopim para os dois discutirem a relação de um casamento de15 anos. “Os casais conversam durante a peça e a gente escuta de tudo do público . É comum ouvir: ‘Tá vendo?!’ ou ‘Não te falei?’. Uma amiga minha me disse no final: ‘Hoje eu vi o tanto que estava sendo idiota no meu relacionamento’”, ri Petrônio.
No ar ainda na novela ‘Luz do Sol’, da Record, o ator destaca a possibilidade de encenar o contundente texto do francês Eric Emmanuel Schmitt no teatro. “A gente entra em cena para dizer uma coisa que acredita”, diz, convicto. E complementa, deixando claro que a ficção influenciou seus relacionamentos pessoais. “Quando você não olha direito para uma situação que precisa enfrentar, ela se repete enquanto você não tomar uma atitude”, acredita.
Adepto da casuloterapia há sete anos—“É o processo de se reviver emocionalmente” —,Petrônio conta que hoje vê a vida de forma mais objetiva. “Você fica três dias numa casinha, no meio do mato, só com psicólogos. É a oportunidade de ser apresentado a você mesmo.
Ator é adepto da 'Casuloterapia': o paciente fica três dias isolado em sítio, só com psicólogos
Não tem saída. Passei por vários terapeutas antes. Foi ali que encontrei uma resposta mais objetiva e real para as minhas dificuldades”, relata o ator, explicando que a terapia continuou com uma espécie de manutenção depois do período de confinamento. “Estou rodadinho”, brinca.
Mas logo volta a falar sério. “Descobri que sou muito mais interessado no ser humano enão sabia. A gente vai mudando. Sempre procurei me observar muito”, diz o ator, de 38anos, que não gostaria de voltar no tempo. “Não trocaria meus 38 pelos 25 de jeito nenhum.”
Mineiro de Varginha, que adotou São Paulo como casa, Petrônio diz ter trocado temporariamente a cachoeira pela praia em sua atual temporada de trabalho emsolo carioca. “Estou no Pontal, no Recreio, e agora acordo olhando para o ‘marzão’.Sou mais ligado a montanha e cachoeira. Em São Paulo ia descansar num sítio perto dePiracaia”, diz.
Foi no Rio que Petrônio começou a carreira na TV: ele estreou em novelas na Globo,com ‘Salomé’, em 1991. “Fui estudar Artes Cênicas na Unicamp e fiz um teste para um especial do Chitãozinho e Xororó, em que fazia umRomeu que vivia na estrada. Morei três anos no Rio e fiz três novelas aqui.”
A profissão acabou levando o ator para São Paulo. Lá, atuou no teatro e em novelas como‘Razão de Viver’ e ‘Pícara Sonhadora’, do SBT, e ‘Serras Azuis’, da Band. Contratado da Record desde que fez ‘Essas Mulheres’, Petrônio se diverte agora com o advogado Tom, que faz em ‘Luz do Sol’. “Ele vive uma grande comédia romântica com a personagem da Paloma Duarte. Eles ainda vão se implicar e se amar muito”, prevê.
Com duas mulheres lindas e talentosas
Petrônio tira onda. “Estou com duas mulheres lindas e talentosas na ficção. Com a Paloma Duarte é como um jogo de bola, um passa para o outro. A Maria Fernanda virou uma grande amiga, tivemos um trabalho de imersão forte com o texto da peça”, diz o ator, que também estabeleceu parceria teatral com a atriz Bianca Rinaldi, com quem já contracenou na TV.
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